Computadores Obscuros do mercado japonês 10 A IBM
O MERCADO LOCAL
O mercado japonês de computadores na década de 1990 era altamente peculiar e diferia significativamente do mercado ocidental. Ele refletia tanto a inovação tecnológica quanto as necessidades culturais e empresariais específicas do Japão. Aqui estão os principais aspectos desse mercado:
1. Segmentação e Domínio de Empresas Locais
O mercado japonês era dominado por empresas nacionais, como NEC, Fujitsu, Sharp, Toshiba, Sony e Hitachi. Esses fabricantes ofereciam uma ampla gama de produtos, desde computadores pessoais até sistemas de grande porte, geralmente personalizados para atender às demandas específicas do mercado japonês.
NEC, por exemplo, era o principal player com sua linha de computadores PC-98, que possuía um mercado quase monopolizado no segmento de computadores pessoais durante os anos 80 e boa parte dos 90.
2. Plataformas Proprietárias
Enquanto no Ocidente padrões como IBM PC e Macintosh começaram a prevalecer, no Japão os computadores eram frequentemente baseados em plataformas proprietárias.
- PC-98 da NEC: Utilizava hardware e software projetados exclusivamente para o mercado japonês. Tinha alta compatibilidade com o idioma japonês e dominava ambientes corporativos e domésticos.
- FM Towns da Fujitsu: Um sistema mais voltado para o entretenimento multimídia, com suporte para gráficos e áudio avançados.
- X68000 da Sharp: Destacava-se pelo poder gráfico e era popular entre desenvolvedores de jogos e entusiastas de tecnologia.
Essas plataformas proprietárias retardaram a adoção de padrões internacionais, como o MS-DOS/Windows, que só começaram a ganhar tração no final da década.
3. Cultura de Consoles e Jogos
Embora os computadores fossem amplamente usados no Japão, o mercado de jogos era mais dominado por consoles (como os da Nintendo e Sony). Contudo, computadores como o PC-98 e o X68000 também tinham uma cena vibrante de jogos, incluindo RPGs e simuladores que muitas vezes eram exclusivos para essas plataformas.
4. Foco em Escritórios e Negócios
A maioria dos computadores vendidos no Japão na década de 1990 era destinada a ambientes corporativos. Sistemas eram projetados para suporte avançado ao idioma japonês, processamento de texto e aplicativos específicos para o mercado local. Isso tornou os computadores japoneses ferramentas indispensáveis para o setor empresarial.
5. Lentidão na Adoção de Normas Internacionais
Os padrões internacionais de computação começaram a ganhar força no Japão apenas na segunda metade da década de 1990, com a crescente popularidade do Windows 95. Antes disso, o isolamento das plataformas proprietárias fez com que o mercado japonês tivesse uma trajetória única, mas ao custo de uma compatibilidade reduzida com o resto do mundo.
6. Entrada do Hardware Internacional
Com o avanço da globalização e a pressão de fabricantes internacionais, como a IBM, Compaq e outras empresas focadas no padrão IBM PC, os consumidores japoneses começaram a adotar computadores baseados em arquiteturas mais padronizadas. Esse movimento foi acelerado pelo lançamento do Windows 95, que unificou muitos sistemas sob um único padrão de software.
7. Tecnologias Avançadas e Inovação
O Japão continuou a inovar em áreas específicas, como laptops ultracompactos, drives ópticos e tecnologias de tela. A Sony, por exemplo, era líder em designs elegantes e funcionalidades multimídia com sua linha VAIO.
Em resumo, o mercado japonês de computadores na década de 1990 foi uma mistura de inovação tecnológica e peculiaridades regionais, que só começou a se alinhar aos padrões globais na segunda metade da década. Essa transição resultou em uma maior integração do Japão ao mercado internacional, mas também marcou o fim de uma era de plataformas altamente exclusivas e regionais.
A COMQUISTA DA IBM
A entrada da IBM no mercado japonês da década de 1990 é uma história de adaptação estratégica e persistência. Embora a IBM fosse uma gigante global no setor de tecnologia, penetrar no mercado japonês apresentou desafios únicos devido à dominância de plataformas proprietárias locais e à cultura corporativa peculiar do Japão.
1. Presença Anterior e Desafios Locais
A IBM já havia tentado entrar no mercado japonês desde as décadas anteriores, principalmente com seus mainframes. Porém, nos anos 80 e início dos 90, enfrentou dificuldades em conquistar o mercado de computadores pessoais (PCs), que era amplamente dominado por empresas locais, como NEC (com o PC-98) e Fujitsu.
- Problema de Compatibilidade: O mercado japonês preferia plataformas com suporte avançado ao idioma japonês, algo que os sistemas da IBM inicialmente não ofereciam de forma eficiente.
- Cultura de Preferência Local: Consumidores e empresas japonesas valorizavam produtos de marcas nacionais, dificultando a aceitação de uma empresa estrangeira.
2. Aliança com Parceiros Locais
Para superar as barreiras, a IBM adotou uma estratégia de colaboração com empresas japonesas:
- Estabeleceu joint ventures e parcerias, como a criação da IBM Japan, uma subsidiária que adaptava produtos e estratégias às necessidades locais.
- Desenvolveu softwares e sistemas compatíveis com o japonês, incluindo suporte avançado para kanji (ideogramas) e layout de teclado específico.
3. Transição para o Padrão IBM PC
Com o lançamento do Windows 95, o mercado japonês começou a adotar padrões globais, abandonando gradualmente as plataformas proprietárias como o PC-98 da NEC.
- A IBM aproveitou essa mudança para promover PCs baseados na arquitetura IBM PC/AT, que agora podiam competir em pé de igualdade.
- A estratégia incluiu preços competitivos, marketing agressivo e soluções completas para empresas, como suporte técnico e integração com sistemas já existentes.
4. Sucesso com Laptops
Na década de 1990, a IBM ganhou destaque no Japão com sua linha de laptops ThinkPad, que rapidamente se tornou popular entre empresas e profissionais.
- Diferenciais do ThinkPad: Design robusto, teclado confortável e tecnologias inovadoras, como o TrackPoint (o "botão vermelho" no teclado).
- Os ThinkPads eram valorizados por sua confiabilidade e acabaram sendo amplamente adotados no setor corporativo japonês, contribuindo para a expansão da marca IBM no país.
5. Consolidação no Mercado Corporativo
A IBM concentrou seus esforços no mercado empresarial japonês, oferecendo soluções integradas de hardware e software:
- Serviços de TI: Além de vender PCs, a IBM fornecia consultoria, infraestrutura e serviços gerenciados, áreas que complementavam suas ofertas de hardware.
- Mainframes e Servidores: A IBM continuou a dominar o setor de servidores e mainframes, onde já tinha uma base instalada sólida.
6. Mudança no Cenário Competitivo
No final da década de 1990, a IBM enfrentou novos desafios no Japão devido à concorrência crescente de empresas locais e globais, como Dell, Compaq e Toshiba, que também apostavam na transição para padrões globais. Mesmo assim, a IBM conseguiu manter sua relevância ao focar em inovação e soluções corporativas.
Legado da Entrada da IBM no Japão
A entrada e consolidação da IBM no mercado japonês dos anos 90 simbolizam a capacidade da empresa de adaptar-se às peculiaridades locais e aproveitar transições tecnológicas globais. Sua estratégia de longo prazo no Japão estabeleceu as bases para uma presença duradoura, especialmente no setor empresarial, onde a marca continua sendo respeitada.
com isso aqui está um de seus produtos ( mas não o único )
O IBM PS/V Vision foi uma série de computadores pessoais lançada exclusivamente no Japão no início da década de 1990. Derivado da linha PS/55, o PS/V Vision foi projetado para atender às necessidades específicas do mercado japonês, especialmente no que diz respeito ao suporte avançado para o idioma japonês e recursos multimídia.
Características principais:
-
Suporte ao DOS/V: O PS/V Vision utilizava o DOS/V, uma versão do sistema operacional DOS adaptada para exibir caracteres japoneses em alta resolução, permitindo que computadores com hardware padrão VGA apresentassem texto japonês sem a necessidade de hardware especializado.
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Recursos Multimídia Avançados: Os modelos da série PS/V Vision eram equipados com drives de CD-ROM, hardware de som integrado e gráficos de alta resolução, posicionando-os como opções ideais para aplicações multimídia, que estavam se tornando populares na época.
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Design Integrado: Seguindo a tendência de designs compactos e integrados, alguns modelos apresentavam monitores e unidades de sistema combinados, economizando espaço e oferecendo uma estética mais limpa e moderna.
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Processadores e Desempenho: A série incluía modelos com processadores que variavam desde o Intel 80386 até o 80486, oferecendo uma gama de opções de desempenho para diferentes necessidades dos usuários.
O IBM PS/V Vision exemplifica a abordagem da IBM em adaptar seus produtos às especificidades culturais e tecnológicas de mercados locais, como o japonês, durante uma época de rápida evolução na indústria de computadores pessoais.
Nome do produto |
Visão PS/V 2408-WMC |
---|
CPU | IBM 486SLC2 50 MHz |
---|---|
Número de CPUs instaladas | 1 |
Pacote de sistema operacional | PC-DOSJ5.0/V, Windows3.1 |
Capacidade de memória | Padrão 8,0 MB Máximo 16,0 MB |
slot de memória | Número de slots 4 (2 vagos) Unidade de expansão 1 |
disco rígido | IDE de 340MB |
Velocidade do CD ROM | Velocidade 2,0x |
slot de expansão | ISA3(2) |
controlador gráfico | CL-GD5428 |
mostrar | CRT colorido de 13,0 polegadas |
Dimensões externas | (L)319mm×(D)448mm×(A)432mm |
peso | 18,0kg |
Aqui tem um comercial mas eu não consegui colocar ele aqui quando achar um com melhor qualidade eu troco o video!
https://youtu.be/lMRExc_1CWk
CURIOSIDADE
No Japão o jogo paciência não faria o menor sentido com isso foi adicionado um jogo de Pachinko que é extremamente popular no Japão.
que você pode conferir aqui
https://archive.org/details/psv-vision-dosvgame_dosbox
<img></img>
Por Lord Virbickas!
Computadores antigos são apenas brinquedos sem importância.
Caso você discorde o problema é seu!
Rapaz, que post hein? adorei o modelo desse IBM mas o Pachinko me encheu os olhos agora!
Colecionador de notebooks antigos!
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